segunda-feira, 11 de abril de 2011

Ozzy Osbourne tira sarro de Gaga e Bieber


Depois de iniciar em Porto Alegre a turnê “Scream” pelo Brasil, Ozzy Osbourne deu uma coletiva à imprensa em São Paulo na última sexta-feira. Antes do “príncipe das trevas” entrar na sala, seu produtor pede aos jornalistas que não coloquem gravadores sobre a mesa. Explica que o risco é grande do roqueiro derrubar e quebrar tudo. Desbocado, Ozzy diz que o ponto alto de sua carreira foi sobreviver aos anos loucos. Lembra da emoção que sentiu ao cantar no Rock in Rio em 1985 (“maior palco e público que já tive”), tira onda com Lady Gaga e Justin Bieber e renova as esperanças dos fãs de uma volta do Black Sabbath. Confira abaixo os melhores momentos da entrevista, que durou pouco mais de 20 minutos. “Scream” passou ontem por São Paulo e aportará em Brasília, na terça (5), no Rio de Janeiro, dia 7, e em Belo Horizonte, no dia 9.

P: Depois de 42 anos de carreira, o que você ainda sonha em realizar?

R: Quero continuar produzindo discos, mesmo com a indústria musical em declínio por causa da internet e de downloads ilegais. Mas o que gosto mesmo é de fazer música ao vivo.

P: A turnê “Scream” é a sua despedida dos palcos?

R: Não. Mesmo depois de morto, vou estar em turnê.

P: Que recordação tem de seu show no Rock in Rio em 1985?

R: Esqueci de muitas coisas, mas jamais esquecerei este show. Lembro perfeitamente. Foi um dos maiores palcos e um dos maiores público de minha vida. Os brasileiros são apaixonados por música.

P: Quais foram os pontos altos e baixos de sua carreira?R: O ponto alto foi sobreviver. Não bebo, não uso drogas e não fumo mais. Mas não sei como sobrevivi aos anos loucos. Foram importantes, inesquecíveis. Agora controlo minha loucura. Há muitos momentos que eu gostaria de apagar.

P: Quais?

R: Não lembro.

P: Como conciliar vida em família e a carreira de astro de rock?

R: Quando estou em casa, tudo que faço é recolher merda de cachorro. Aqui, entre vocês, sou um rei. Sou só um cara normal, tentado levar uma vida normal. A única regra que sigo sempre é respeitar meus fãs.

P: O rock encaretou.

R: Faço isso há 42 anos, já vi muita coisa mudar, com a tecnologia substituindo instrumentos. Não sei quem vai nos substituir daqui a 42 anos. Não acredito que Justin Bieber ainda estará por aqui. Mas sempre haverá lugar para o velho e bom rock’n’roll.

P: Você leu a biografia do Keith Richards (guitarrista dos Rolling Stones)? Quem é mais louco, você ou ele?

R: Não li, até porque a biografia de roqueiros é basicamente a mesma: todos quase morreram, amam o que fazem e têm o mesmo estilo de vida. Mal conheço Richards, só um vi uma vez rapidamente. Os dois são loucos.

P: Existe a possibilidade da volta do Black Sabbath?

R: A possibilidade existe, mas para quando não sei.

P: Planeja surpresas para os próximos shows no Brasil?R: Surpresa será se eu conseguir fazer todos os shows e sobreviver. Minha banda está sempre preparada para tocar coisas diferentes. A set list é minha rede de segurança, mas posso mudar e surpreender a mim mesmo.

P: Você costuma ouvir novos artistas?

R: Não ouço Justin Bieber, se é isso o que você quer saber. Na verdade, ouço todos os tipos de música. Por um bom tempo estive com Lady Gaga na cabeça, mas agora não mais, porque ela está chata pra c.

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